Você tem um notebook com uns 5 ou 6 anos de uso, que anda se “arrastando” ultimamente. Pra dar Boot, leva uma eternidade, qualquer aplicativo mais pesado, outra eternidade. Na verdade, você não consegue usar o computador, e padece com sua lentidão.

A boa notícia é que tem jeito.
Claro, não estamos falando naquele computador com 10 anos de uso, 2 Gbytes, processador muito antigo, que já deu o que tinha de dar, mas, num notebook com uns 4 Gb de memória, processador básico e HD (Disco Rígido) convencional. Pra este último há solução: HD do tipo SSD SATA.
O que é um SSD?
Um SSD (unidade estado solido em português), é um tipo de dispositivo de armazenamento de memória, não volátil, usado em computadores, notebooks, etc.
Normalmente, os computadores usam para guardar informações, um dispositivo chamado de HD (Hard Disk – Dico Rígido, em português), do tipo tradicional. O Disco Rígido lê e grava dados de forma magnética.
Os Discos Rígidos são compostos internamente de discos rígidos giratórios, com uma cabeça de leitura / gravação, posicionada na ponta de um braço mecânico (chamado de atuador).

Os SSDs SATA podem substituir as unidades de Disco Rígido (HD’s) tradicionais em computadores e executam as mesmas funções básicas de um disco rígido.
Mas os SSD’s são muito mais rápidos em comparação que os HD’s tradicionais.
Tipos básicos de SSD (em relação ao formato)
Há basicamente dois tipos de SSD. Isso se refere à forma (ou formato externo) com que o dispositivo é fabricado (há outros tipos, mais específicos, não mencionados):
SSD SATA de 2,5 polegadas (também chamado de HD SSD) e,
M.2 SATA SSD e M.2 NVMe
Os dispositivos SSD, usam chips de memórias do tipo flash NAND (esses componentes são semicondutores de Silício), dispostos um ao lado do outro. O tipo e quantidade de chips de memória, perfazem o valor total da capacidade desse SSD.
SSD SATA de 2,5 polegadas

Este é o tipo de SSD mais comum.
Por usarem a interface de comunicação SATA, presente em quase todos os computadores, mesmo os mais antigos, são ideais para substituírem os Discos Rígidos.
O valor “2,5 polegadas” refere-se ao tamanho do dispositivo.
A maioria dos notebooks antigos (se não todos) usam HD’s de 2,5 “, já os computadores (PC’s) usam HD’s de 5”. Em ambos os casos podem ser substituídos.
M.2 SATA e M.2 NVMe
As unidades M.2 podem ser encontradas em tamanhos diferentes, porém o padrão principal é M.2 com 80 mm de comprimento (ver figura)
Está disponível em vários comprimentos (tamanho) para permitir diferentes capacidades de armazenamento. Quanto mais comprida a unidade, mais chips flash NAND podem ser montados nela, resultando em SSD’s de maior capacidade.
Em função dos diversos tamanhos, alguns fabricantes, usam especificação do tipo (como exemplo) M.2 2280, onde 22 é a largura em milímetros e 80 o comprimento em mm.

Como pode ver na figura, há 2 tipos de plaquinhas, muito parecidas entre si, porém:
O M.2 SATA, com 2 recortes (Key) no conector, padrão SATA. É pouco usado
M.2 NVMe com um recorte. Este sim muito usado. Ele é ligado a um conector PCIe (mais informações abaixo).
O SSD M.2 (qualquer um dos dois), é conectado diretamente à Placa Mãe (PC ou Notebook), por isso é necessário, que essa placa tenha um conector específico para isso – SATA ou PCIe.
O M.2, tornou-se o tipo padrão de armazenamento para laptops e notebooks finos.
Interface de comunicação
Se você chegou até aqui, e está confuso com tantas siglas e nomes novos, não se assuste é normal, por isso vamos começar a clarear as ideias e falar sobre interface de comunicação, e também sobre conectores.
A interface de comunicação é a maneira como um dispositivo (HD por exemplo), se comunica com o computador.
Na Placa Mãe, os sinais ficam indo e vindo, pra lá e pra cá, mas em algum momento eles têm que sair (ou entrar) e isto é feito via os conectores.
Com o passar do tempo, viu-se que alguns conectores não atendiam mais às novas necessidades, foi preciso criar novos padrões de conectores. Por exemplo, o SATA é uma evolução do IDE (HD’s antigos usavam conector IDE).

O PCIe (PCI express, outro tipo de conector), é uma evolução do PCI.
O PCIe é um barramento (conector) desenvolvido e padronizado pela Intel, que permite alta velocidade de transferência de dados, entre dois dispositivos, coisa que o PCI não fazia.
Então, embora a interface SATA, ofereça um bom desempenho para aplicações comuns, ela é mais lenta que a interface PCIe, por isso, muitos dispositivos usam PCIe, para ter um melhor rendimento.
O que é NVMe?
Bem, agora que você viu que as informações entram e saem pelos conectores, é hora de saber que, não fazem isso de qualquer jeito, mas obedecendo a regras. Essas Regras são chamados de Protocolos.
Havia um protocolo anterior (AHCI), que já não atendia mais às novas demandas de velocidade maior, na transferência de dados. Isso levou à criação de um novo protocolo chamado NVMe
O NVMe (Non-Volatile Memory Express) foi criado por um consórcio de empresas (entre as quais Intel, Samsung, Seagate e muitas outras), visando a tecnologia SSD, permitindo entre outras coisas, maior velocidade de transferência de informações.
Interface SATA versus NVMe
Como vimos anteriormente, em função de resultados melhores, o PCIe passou a ser a interface padrão para NVMe.
O NVMe (PCIe) é em media, três a dez vezes mais rápida que o SATA SSD.
A maioria dos SSDs M.2 de última geração lançados nos últimos anos, oferece suporte a NVMe (mas nem todos os M.2 , como vimos acima, são NVMe; alguns são SATA).
O NVMe é muito mais rápido porque oferece mais largura de banda do que os modelos SATA, o que melhora o desempenho.
Evolução dos SSD (Níveis/Gerações)
As memórias flash NAND usadas nas placas NVMe, com o passar do tempo foram evoluindo, por isso há vários Níveis/Geração dessas placas. Vamos mostrar isso de forma resumida:
Nível 1 – SSD’s SATA Velocidade de Leitura/Gravação (sequencial) – 550 KBytes/s
Nível 2 – SSD’s NVMe Gen3 Velocidade de Leitura/Gravação (sequencial) – 1,5 GBytes/s
Nível 3 – SSD’s NVMe Gen4 Velocidade de Leitura/Gravação (sequencial) – 7 GBytes/s
Observação: Os valores de gravação/leitura, podem ser diferentes do mostrado, pois dependem de vários fatores.
Resumo
Embora a proposta do post, seja mostrar que vale a pena a troca de Discos Rígidos, por SSD SATA, fomos um pouco mais longe, para entender o que é SSD e as várias tecnologias a respeito, já que para um leigo, o assunto como um todo é bem complicado.
As vantagens dessa troca são muitas, e vale muito a pena, pois o investimento é pequeno e tem um ótimo custo/benefício.
Muito importante
Antes de sair por aí comprando qualquer coisa, fique muito atento:
1 - Trocar Disco Rígido por SSD SATA, não tem muito mistério, porém se vai adicionar um módulo NVMe, verifique se a placa tem o conector apropriado e se as especificações Placa Mãe/Processador, têm suporte para isso.
Além disso verifique as especificações do módulo, normalmente dadas como mostrado:
- Fator de forma: M2_2280
- Leitura sequencial: 2300 MB/s
- Gravação sequencial: 940 MB/s
- Capacidade: 500GB
- Interface: PCIe G3 1x4 / NVMe
2 - Há poucos fabricantes de HD’s (Seagate, Samsung, Western Digital e mais uns poucos), porém dezenas ou centenas de fabricantes de SSD’s, e muitos desses fabricantes (são chamados de marcas genéricas) não são confiáveis, pois podem usar componentes que não sejam de primeira linha.
Compre somente de marcas reconhecidas e em lugares confiáveis e, cuidado, muito cuidado, pois costuma haver falsificação de produtos dessas marcas “premium”, principalmente em SSD’s SATA
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